Maria Helena Sarti é gaucha de Passo Fundo. Formada em Letras, dirige oficinas de literatura, palestrante, é contadora de histórias e escreve para diversos sites. Publicou os livros: ANDRE PANTANEIRO, LAMENTOS DE CABOCLA E NAQUELA CABINE (este em co-autoria com Darci Cunha).Em 29/10/10 foi empossada Presidente Executiva (pró-tempore) pela Academia de Letras do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
AS QUE SÃO NOBRES
Lady ficou conosco por seis meses. Era Lady, precisava partir. Quando minha amiga comentou que não aguentava a dor da perda a compreendi. É enorme o vazio que elas deixam. Será que estamos voltando à forma absoluta dos instintos ou eles estão evoluindo ao ponto de nos cativar como a raposa do Pequeno Príncipe?
Não, não somos velhotas bobas dando importância ao que não é tão devido como pensam os humanos normais. é dor de verdade, senhores! É saudade. É vontade de vê-la sorrindo, bagunçando, rasgando roupas, fazendo buracos, buracos, buracos no quintal.
Lady estava construindo um lugar só dela em uma das pilastras de nossa garagem. Quando achamos o seu esconderijo as lágrimas derramaram forte. E homem que não chora por que é durão esfrega os olhos para tirar o pó que se instalou e não quer sair. Depois de lavados e guardado os brinquedos de nosso bebê, os olhos permaneceram vermelhos por um bom tempo. Eta poeira danada, dizem os homens. E as mulheres choram mais ainda por saberem que podem chorar e serem chamadas de tontas, isso alivia um pouco o amargo da boca.
E o tempo fica nublado de repente. Seria o sol se escondendo para nos acarinhar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário