sábado, 17 de novembro de 2012

MOMENTOS

"[...]esse amanhecer mais noite que a noite." (Carlos Drummond de Andrade)

A noite é tão escura que a Alva não procura um raio para brilhar.
As pessoas com quem ando jamais contariam de onde vem essa dor. Horrível seria querer rimar com amor. Gargalho dessa comparação pobre, quão pobre é o pensamento em vão. Vão da inexistência, aquele das brechas que abrimos para as trevas entrarem e incharem as dúvidas cerebrais.
O medo vagueia em labirintos de enganos solidários.
E quando nem o amanhecer amanhece e os pseudos amigos te esquecem?
Nesse país nem guerra há, para poder se engajar e viver em perigo real.
Essa calmaria me anoja, sinto náuseas, enfraqueço; as horas não passam. Só os escuros obscuros aos olhos de visões antigas amanhecem coloridos.
Quero acender um cigarro, beber algo bem forte, mas lembrei: não bebo, nem fumo.
A noite tornou-se mais escura e teimou em amanhecer.

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