quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Quem cavou o leito do rio?
Quem deitou antes da água?
O barro, a areia, as pedras?
Barrancas fazem carrancas
Quando a água impiedosa arranca
lascas de suas carnes.
Na pressa que ela tem
deixa à mostra veias tortas
De tantas que a barranca têm.

Quem passou nessa hora?

Uma folha perdida demora-se
No redemoinho traiçoeiro,
e,
sooooooooooooooooooome  submissa,
Lá na curva...

ISSO

Sem sofrimento poetas não escrevem. Precisam de espinho na carne, negarem a dor. Com o coração alegre vivem de carrocel, cirandas em luz. Seus trapézios são enredados em teias tecidas por pensamentos infantis. A água é fresca. Encontram fogão a lenha. Ouvem grilo cantando para a noite. O silêncio é vazio. Rede na varanda. Pirilampos alumiando a rodada de jogo cobrada pela amizade e vozes amigas.

Sem sofrimento poetas não escrevem, entram em descrição.

ASAS

Quando era pequena
invejava o bater de asas.
Adolescente,
ganhei o primeiro beijo
e,
aprendi a voar.



terça-feira, 1 de janeiro de 2013

2013 QUE SEJA!

"Navegar é preciso, viver não é preciso"

Não lembro mas já li centenas de vezes esses versos de Fernando Pessoa. Ele não cansa de nos dizer o preciso e o impreciso.

Mas um ano se foi, mais outro chegando e observo: 
- O que mudou?
Nem o colorido dos fogos nas capitais.
Que marasmo!
Nas casas, em família: "comer, comer, comer, comer, comer, comer para depois crescer".
Enfadonho!
Em 2013 vou fazer regime, entrar em uma academia, estudar Inglês, ler mais, amar mais e...
Jesus! 
- O que mudou?!
Nem o navegar, posto que é preciso!

FELIZ 2013!!!

Ah, tá!